Jornalismo e Blog: acima de tudo a credibilidade
Introdução
Surgiu há cerca de meia dúzia de anos um novo meio de comunicação: o blog.
Actualmente é uma das maiores banalidades da Internet: todos temos um blog. Mas a evolução dos conteúdos dos blogues, e a divulgação cada vez maior deste novo suporte de informação tem gerado alguma polémica.
Hoje vemo-nos perante um “confronto” entre o jornalismo profissional e a informação divulgada pelos blogues.
Até que ponto um blog pode ser considerado uma forma de jornalismo? Que convenientes trazem os blogs para o jornalismo? Quais os inconvenientes? Estas são apenas algumas das perguntas mais frequentes que se fazem quando o tema é blogues e jornalismo.
Mas para perceber a dimensão dos blogues, é necessário saber primeiro o que é um blog.
Mas afinal, o que é um blog?
Blog é um diminutivo de weblog. É basicamente uma página da web onde podemos escrever e postar o que queremos.
Pode ser pessoal ou pode pertencer a um grupo de pessoas com interesses comuns.
É quase como um diário pouco íntimo, uma vez que qualquer pessoa tem acesso ao que escrevemos e pode comentar.
Um blog pode também ser um local de debate sobre vários temas. Tudo depende do rumo que o seu autor – o blogger – lhe der.
Há quem use para postar opiniões, há quem deposite trabalhos, há quem faça do blog uma zona de humor, e há mesmo quem use o blog quase como um jornal pessoal.
Quais as vantagens de um blog?
A principal vantagem de um blog é o facto de já estar pré construído, ou seja, não é necessário saber como se estrutura uma página em HTML. A “folha em branco” está lá, só precisamos de escrever o que queremos.
Além disso podemos usar um pseudónimo, o que desinibe o autor do blog.
Uma outra vantagem é a sua imediatez. Postar um texto ou uma imagem num blog demora apenas alguns minutos.
Blog e Jornalismo
Os blogues têm sido alvo de alguma critica, positiva e negativa, devido ao seu carácter jornalístico.
Se uns vêem nos blogues uma ameaça ao jornalismo tradicional e fidedigno, outros encaram esta nova forma de comunicar como um sistema de vigilância ao quarto poder. Outros ainda olham os blogues como uma alternativa mais dinâmica à imprensa tradicional.
Qualquer que seja a nossa opinião quanto à relação blog – jornalismo, o facto é que com um weblog qualquer pessoa pode tornar-se um jornalista amador, principalmente se fizer do seu blog um jornal pessoal.
Ao narrar um acontecimento qualquer interessante, um blogger pode estar a dar uma notícia. Escreve as notícias que quer, pela ordem de importância que preferir, sem o peso da deontologia da profissão. E ainda se pode manter anónimo.
O critério da credibilidade
A questão do anonimato é importante quando se fala em “jornalismo” de blog. Como já foi dito, qualquer pessoa pode ter um blog e escrever nele, assinando com um pseudónimo. Muitos fazem isso, incluindo mesmo profissionais de jornalismo.
O facto de se escrever e não “dar a cara” retira muita responsabilidade ao blogger, o que lhe permite falar do que quiser, contar o que quiser sem pensar nas consequências que as suas acções têm sobre a sua imagem. Enfim, o anonimato dá-lhe mais liberdade. Mas assim como dá mais liberdade, também retira fidelidade e credibilidade.
Neste aspecto, o dito “jornalismo de blog” perde vantagem em relação ao jornalismo tradicional e profissional realizado por jornalistas conceituados.
Talvez seja mais correcto olhar o jornalismo de blog como uma nova forma de opinar, de criticar.
Como podemos ver na pagina da associação de imprensa não diária “Se um desconhecido me abordar na rua e me sugerir que tome um certo medicamento, porque isso melhoraria a minha saúde, ele não me está a fornecer qualquer informação, mesmo que isso seja verdade, enquanto não se identificar como médico. O argumento de autoridade funciona porque a autoridade está baseada não só num conhecimento de especialista mas também na responsabilidade. Acredito no médico não só porque ele sabe que medicamentos devem ser tomados, mas também porque o médico poderia sofrer consequências legais no caso de receitar um medicamento errado.”
Com o jornalismo de blog acontece o mesmo. Podemos até ver algo num blog que achamos curioso, ou interessante, mas ficará sempre a duvida quanto à veracidade do que estamos a ler. O jornalismo tradicional vai ter sempre o lugar de “vigia” sobre o jornalismo de blog porque tem sobre si o peso da lei.
Blog e opinion-makers
Daí que talvez o blog deva ser visto mais como um futuro substituto dos líderes de opinião. Podemos recorrer a um blog de referência, que achemos mais interessante, para ver o que pensa o autor desse blog acerca de determinado assunto lançado pelo jornalismo tradicional.
Na revista “Noticias Magazine” (edição de 5 de Dezembro de 2004) pode ler-se numa entrevista a um blogger cujo pseudónimo é Maradona o seguinte: “os bloggers – os mais políticos, entenda-se – acabarão por se tornar, segundo Maradona, opinion-makers reconhecidos. «A dispersão de opiniões vai ser cada vez maior e vai dar-se cada vez mais importância a pessoas que não a têm…e que, se calhar, nem a merecem – a prova é o facto de eu estar a ser entrevistado» ”.
De facto, quando nos tornámos assíduos de um determinado blog, ganhamos uma “simpatia” pelo seu autor, e começamos a ter em conta as suas opiniões mesmo sem conhecer o blogger. Às vezes simplesmente porque gostamos da sua maneira de escrever, ou porque nos identificamos com as suas ideias.
Blog: um diário pessoal
Na pagina de Paulo Querido podemos ler “jornalistas-bloggers como Pedro Lomba (Diário de Notícias e Flor de Obsessão) e Pedro Mexia (DN e Dicionário do Diabo), realçaram a importância dos espaços pessoais enquanto «exercícios de prática escrita» e «hobbies» praticáveis de uma forma «completamente livre».
Um blog é mesmo um espaço individual, um diário, uma forma de expressão pessoal cujo conteúdo não deve ser levado a sério a menos que esteja devidamente identificado como proveniente de um órgão de comunicação social credível.
Poderia eventualmente funcionar como suplemento de um órgão de comunicação já existente (assim como muitos jornais tem uma versão on-line, poderiam ter também uma versão blog onde os leitores pudessem deixar comentários). Neste caso então podíamos falar de um novo tipo de jornalismo: o jornalismo no suporte blog.
Surgiu há cerca de meia dúzia de anos um novo meio de comunicação: o blog.
Actualmente é uma das maiores banalidades da Internet: todos temos um blog. Mas a evolução dos conteúdos dos blogues, e a divulgação cada vez maior deste novo suporte de informação tem gerado alguma polémica.
Hoje vemo-nos perante um “confronto” entre o jornalismo profissional e a informação divulgada pelos blogues.
Até que ponto um blog pode ser considerado uma forma de jornalismo? Que convenientes trazem os blogs para o jornalismo? Quais os inconvenientes? Estas são apenas algumas das perguntas mais frequentes que se fazem quando o tema é blogues e jornalismo.
Mas para perceber a dimensão dos blogues, é necessário saber primeiro o que é um blog.
Mas afinal, o que é um blog?
Blog é um diminutivo de weblog. É basicamente uma página da web onde podemos escrever e postar o que queremos.
Pode ser pessoal ou pode pertencer a um grupo de pessoas com interesses comuns.
É quase como um diário pouco íntimo, uma vez que qualquer pessoa tem acesso ao que escrevemos e pode comentar.
Um blog pode também ser um local de debate sobre vários temas. Tudo depende do rumo que o seu autor – o blogger – lhe der.
Há quem use para postar opiniões, há quem deposite trabalhos, há quem faça do blog uma zona de humor, e há mesmo quem use o blog quase como um jornal pessoal.
Quais as vantagens de um blog?
A principal vantagem de um blog é o facto de já estar pré construído, ou seja, não é necessário saber como se estrutura uma página em HTML. A “folha em branco” está lá, só precisamos de escrever o que queremos.
Além disso podemos usar um pseudónimo, o que desinibe o autor do blog.
Uma outra vantagem é a sua imediatez. Postar um texto ou uma imagem num blog demora apenas alguns minutos.
Blog e Jornalismo
Os blogues têm sido alvo de alguma critica, positiva e negativa, devido ao seu carácter jornalístico.
Se uns vêem nos blogues uma ameaça ao jornalismo tradicional e fidedigno, outros encaram esta nova forma de comunicar como um sistema de vigilância ao quarto poder. Outros ainda olham os blogues como uma alternativa mais dinâmica à imprensa tradicional.
Qualquer que seja a nossa opinião quanto à relação blog – jornalismo, o facto é que com um weblog qualquer pessoa pode tornar-se um jornalista amador, principalmente se fizer do seu blog um jornal pessoal.
Ao narrar um acontecimento qualquer interessante, um blogger pode estar a dar uma notícia. Escreve as notícias que quer, pela ordem de importância que preferir, sem o peso da deontologia da profissão. E ainda se pode manter anónimo.
O critério da credibilidade
A questão do anonimato é importante quando se fala em “jornalismo” de blog. Como já foi dito, qualquer pessoa pode ter um blog e escrever nele, assinando com um pseudónimo. Muitos fazem isso, incluindo mesmo profissionais de jornalismo.
O facto de se escrever e não “dar a cara” retira muita responsabilidade ao blogger, o que lhe permite falar do que quiser, contar o que quiser sem pensar nas consequências que as suas acções têm sobre a sua imagem. Enfim, o anonimato dá-lhe mais liberdade. Mas assim como dá mais liberdade, também retira fidelidade e credibilidade.
Neste aspecto, o dito “jornalismo de blog” perde vantagem em relação ao jornalismo tradicional e profissional realizado por jornalistas conceituados.
Talvez seja mais correcto olhar o jornalismo de blog como uma nova forma de opinar, de criticar.
Como podemos ver na pagina da associação de imprensa não diária “Se um desconhecido me abordar na rua e me sugerir que tome um certo medicamento, porque isso melhoraria a minha saúde, ele não me está a fornecer qualquer informação, mesmo que isso seja verdade, enquanto não se identificar como médico. O argumento de autoridade funciona porque a autoridade está baseada não só num conhecimento de especialista mas também na responsabilidade. Acredito no médico não só porque ele sabe que medicamentos devem ser tomados, mas também porque o médico poderia sofrer consequências legais no caso de receitar um medicamento errado.”
Com o jornalismo de blog acontece o mesmo. Podemos até ver algo num blog que achamos curioso, ou interessante, mas ficará sempre a duvida quanto à veracidade do que estamos a ler. O jornalismo tradicional vai ter sempre o lugar de “vigia” sobre o jornalismo de blog porque tem sobre si o peso da lei.
Blog e opinion-makers
Daí que talvez o blog deva ser visto mais como um futuro substituto dos líderes de opinião. Podemos recorrer a um blog de referência, que achemos mais interessante, para ver o que pensa o autor desse blog acerca de determinado assunto lançado pelo jornalismo tradicional.
Na revista “Noticias Magazine” (edição de 5 de Dezembro de 2004) pode ler-se numa entrevista a um blogger cujo pseudónimo é Maradona o seguinte: “os bloggers – os mais políticos, entenda-se – acabarão por se tornar, segundo Maradona, opinion-makers reconhecidos. «A dispersão de opiniões vai ser cada vez maior e vai dar-se cada vez mais importância a pessoas que não a têm…e que, se calhar, nem a merecem – a prova é o facto de eu estar a ser entrevistado» ”.
De facto, quando nos tornámos assíduos de um determinado blog, ganhamos uma “simpatia” pelo seu autor, e começamos a ter em conta as suas opiniões mesmo sem conhecer o blogger. Às vezes simplesmente porque gostamos da sua maneira de escrever, ou porque nos identificamos com as suas ideias.
Blog: um diário pessoal
Na pagina de Paulo Querido podemos ler “jornalistas-bloggers como Pedro Lomba (Diário de Notícias e Flor de Obsessão) e Pedro Mexia (DN e Dicionário do Diabo), realçaram a importância dos espaços pessoais enquanto «exercícios de prática escrita» e «hobbies» praticáveis de uma forma «completamente livre».
Um blog é mesmo um espaço individual, um diário, uma forma de expressão pessoal cujo conteúdo não deve ser levado a sério a menos que esteja devidamente identificado como proveniente de um órgão de comunicação social credível.
Poderia eventualmente funcionar como suplemento de um órgão de comunicação já existente (assim como muitos jornais tem uma versão on-line, poderiam ter também uma versão blog onde os leitores pudessem deixar comentários). Neste caso então podíamos falar de um novo tipo de jornalismo: o jornalismo no suporte blog.
Bibliografia
http://www.aind.pt/meios2003/rev_maio/blogs.html
http://www.atrium.weblog.com.pt/arquivo/163767.html
http://pauloquerido.net/arquivo/033127.php
http://www.webjornal.blogspot.com/
http://www.icicom.up.pt/blog/jpr/arquivos/2004/10/06/jornalismo_vs_blogs.html
Noticias Magazine – 5 Dezembro de 2004
http://www.aind.pt/meios2003/rev_maio/blogs.html
http://www.atrium.weblog.com.pt/arquivo/163767.html
http://pauloquerido.net/arquivo/033127.php
http://www.webjornal.blogspot.com/
http://www.icicom.up.pt/blog/jpr/arquivos/2004/10/06/jornalismo_vs_blogs.html
Noticias Magazine – 5 Dezembro de 2004