Anapes

sábado, novembro 20, 2004

Paes do Amaral "nega pressões do governo"

(NOTA IMPORTANTE: antes de mais é necessário avisar que esta entrevista é apenas uma simulação. Trata-se de uma entrevista que tive que imaginar para um trabalho da cadeira de imprensa. Contudo, muito dela é baseado em informações reais retiradas de alguns sites, tal como o www.jn.pt . )

Polémica com Marcelo não tem razão de ser – diz o patrão da TVI

Em conversa com o jornal JCC o director da TVI revelou a sua opinião no caso Marcelo e negou quaisquer pressões por parte do governo. Paes do Amaral afirma ter pensado “não só no futuro da estação, mas também na informação dos telespectadores”.

JCC – Marcelo Rebelo de Sousa afirmou ontem que abandonou o cargo de comentador político no “Jornal Nacional” da TVI devido em parte à reunião que teve com o Dr.Paes do Amaral, alegando que as suas declarações tinham sido, e passo a citar “ofensivas da sua honra e reputação”. O que nos pode dizer acerca disto?

PA – Não creio que a saída do professor Marcelo Rebelo de Sousa da minha estação esteja implicada com a nossa reunião! A conversa foi calma e não me parece que o tenha ofendido. Apenas referi que o seu discurso era excessivamente anti-governamental. Fiz apenas uma reflexão acerca das declarações de Rui Gomes da Silva.

JCC – Então, segundo esse raciocínio podemos afirmar que a TVI cedeu a pressões feitas por um ministro do governo?

PA – Não houve sequer pressões do governo. Apenas sugeri ao professor Marcelo que mudasse um pouco os seus comentários, até porque poderia passar a ideia de uma TVI partidária.

JCC – Mas nas declarações de ontem, o professor Marcelo Rebelo de Sousa afirmou que o Dr. Paes do Amaral havia dito que, e passo a citar, “a televisão é diferente da imprensa pois depende de uma licença estatal e devido a esse "enquadramento económico e financeiro", considerava ser "inaceitável informação e comentários sistematicamente anti-governamentais". Pode então pensar-se que o Doutor apenas estava a pensar no futuro da TVI? Pode perceber-se aqui um certo receio de perder a licença estatal da TVI?

PA – Claro que como presidente de uma estação televisiva, tenho a obrigação de me preocupar com o seu futuro. Mas não se trata de ceder a pressões do governo.

JCC – Mas então considera que a sua decisão de alertar o professor Marcelo Rebelo de Sousa para os seus comentários excessivamente anti governamentais está relacionada com os interesses económicos da estação?

PA – Está de certa forma. Não terá sido esse o único motivo. Julgo que o Jornal Nacional deveria dar uma opinião mais abrangente acerca de assuntos políticos e não apenas uma opinião unilateral e anti-governamental. Posso afirmar que pensei não só no futuro da estação, mas também na informação dos telespectadores.

JCC – Mas de acordo com Marcelo Rebelo de Sousa, o Doutor Paes do Amaral sugeriu-lhe mesmo que repensasse a sua orientação politica. Acha que este foi o motivo que levou o professor a abandonar a estação?

PA – Os motivos da sua retirada apenas o professor pode esclarecer. Quanto a mim não me parece que a nossa reunião seja desculpa para o professor abandonar o seu cargo na TVI. Acho que estão a fazer tempestade num copo de água. Toda esta polémica não tem razão de ser. Apenas sugeri que o professor moderasse um pouco mais o seu discurso, isto a pensar não só nos telespectadores, mas também no futuro da estação.

JCC – De certa forma, pretende defender os interesses da estação. Acha que há uma grande dependência e subjugação da comunicação social face ao governo?

PA – Discordo completamente do conceito de subjugação! Acho que não faz qualquer sentido. O que parece é que é preciso haver um equilíbrio. Precisamos deles, assim como eles precisam de nós também. É preciso não exagerar nos comentários. Talvez falte no Jornal Nacional uma opinião diferente da opinião do professor Marcelo Rebelo de Sousa, um “opositor”.