Anapes

sexta-feira, março 03, 2006

Ai as curtas as curtas....

Hoje foi dia de FantasPorto.

Fui ver umas curtas metragens ao Rivoli e dei por mim com uma pontinha de revolta (sim! Eu!) com as 'curtas' que vi...

Devo dizer que algumas estavam muito boas e, realmente, originais! Mas outras deixaram muito (mesmo muito) a desejar!

Comecemos entao pela primeira: "Agur" .....
Ok.. eu vi aquilo e pensei "Por amor de deus, digam-me que isto não vai ser mais uma sessão de dramatismo bem ao estilo português!!.. devia ter trazido um game boy...ou um clip ... ou uma pinça e um espelho e arranjava já aqui as sobrencelhas....."
Não sei se sou só eu que reparo.... mas os cineastas portugueses tem uma tendência incrivel para fazer filmes dramáticos, pesados, tristes.... enfim, tem tendência para o drama! Tudo o que é morte, traição, pobreza, crime e prisão tem que existir num filme português (falo, claro, no geral. Tenho perfeita consciência da existencia de excepções, mas que, por serem raras são precisamente chamadas assim: excepções!)

Bem, mas "Agur" tava longe de ser o pior que vi ali!

Na verdade, as curtas metragens que mais me revoltaram foram "Bonecas de Porcelana" e "O dia em que ela acordou". Não acredito que o Fantas não tivesse recebido melhores propostas do que estas duas ...... coisas!!! Irrita-me que se tenha criado uma nova moda de "assumir" tudo como desculpa para a falta de qualidade e originalidade.
"- A imagem está tremida.. o som 'tá terrivelmente mal gravado!"
" - ah, n faz mal, pode ser assumidamente rasca"!!

Tudo bem, assumam o 'rasca' mas façam-no com qualidade, porque isso é possivel.
É muito mau uma pessoa sair para ver uma quantidade de Curtas Metragens, que supostamente vão ter algo de genial (para estarem num evento como o FantasPorto deveriam ter) e deparar-mo-nos com 'coisas' feitas às três pancadas, mas que só porque são estranhas, diferentes (entenda-se aqui o 'diferente' como a cópia de tudo o que se pensa que é origianl) e abstractas já merecem que se pague um preço para ver.
A curta metragem "O dia em que ela acordou" tinha cerca de 3 minutos e mostrava uma rapariga de pé, num quarto, e outra na cama com a cara tapada! De repente a que está de pé olha para a janela e quando volta a olhar para a que estava na cama, esta já está com a cara destapada. Fim.......... ok........ uma palhaçada, não?

Minha gente, as coisas tem que ter um nexo, e nao me venham dizer que algumas curtas metragens são "assumidamente" sem nexo. Porque as que o são, são-no de facto e cumprem um obectivo, um papel. As que não o são, são aquelas que por conveniência (ou porque não surgiu ideia melhor, ou porque a ideia melhor que surgiu dava demasiado trabalho a concretizar) ficaram apelidadas de "assumidamente sem nexo".

Sinceramente eu acho que isto é fazer das pessoas parvas! Além do mais, deixar que curtas metragens tão más sejam exibidas no mesmo palco e contexto que curtas metragens tão boas, é rebaixar o valor destas ultimas.

Ok, um dia destes pego numa camera de filmar qualquer, com um microfone qualquer e ponho uma qualquer pessoa a dar chutos numa lata de sumol! Pode ser que ganhe um prémio à custa disso...

Bem, mas nem tudo foi mau.... "Hélio Superstar", "Uma questão de Sangue", "Rupofobia", e "Quando eu morrer" foram muito boas e mostraram que há sentido de humor e originalidade em Portugal =)



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